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Duílio explica dívida do Corinthians com direitos de imagem e dispara forte contra Augusto Melo

Duílio Monteiro Alves durante treino do Corinthians, no CT Joaquim Grava Rodrigo Coca/Agência Corinthians

O balanço financeiro do Corinthians referente a 2023 aponta um aumento de 70,9% na dívida do clube com direitos de imagem. No ano anterior, o Timão fechou a temporada com R$ 66,7 milhões a pagar aos atletas. Esse valor saltou para R$ 114 milhões, segundo o demonstrativo, documento que será votado pelo Conselho Deliberativo corintiano na próxima segunda-feira (29).

A Gazeta Esportiva procurou a equipe de Duílio Monteiro Alves, presidente responsável pela gestão no último triênio, e o ex-dirigente não só apresentou justificativas como lembrou de ações do atual mandatário, Augusto Melo, que, segundo ele, tiveram impacto direito do resultado final.

"As pessoas estão olhando o balanço, não tentam esclarecer as dúvidas que têm e acabam reforçando narrativas equivocadas", afirmou Duílio.

Sobre o que compõe o montante de R$ 114 milhões, o ex-presidente explicou que já há dívidas negociadas, parceladas, mas que no balanço precisam ser apresentadas por inteiro.

"Quando se renova com um jogador, o que será pago mês a mês de direito de imagem ao longo de todo o contrato é lançado nesse campo. Logo, não significa dívida em atraso, mas compromisso assumido", argumentou.

Duílio também lembrou de questões específicas, como o acordo feito com Róger Guedes.

O balanço apresenta que o Corinthians tem de pagar R$ 8,9 milhões. Entretanto, o mesmo documento mostra que o clube tem a receber R$ 12,7 milhões do Al-Rayyan pelo mesmo jogador.

"Como os direitos federativos estão sendo pagos em parcelas, o que aparece no balanço de 2023 é o repasse que o Corinthians é obrigado a fazer ao jogador quando recebe o que vem do clube atual dele", observou.

Pra finalizar, o ex-presidente voltou ao tema de uma nota oficial emitida por ele no dia 29 de dezembro de 2023.

Na ocasião, o então mandatário avisou que deixaria cerca de R$ 100 milhões provisionados para Augusto Melo resolver estas pendências com os atletas.

O contrato com a Brax, por exemplo, renderia R$ 22,5 milhões em dezembro, mais R$ 25 milhões até o fim de 2024. À época, Augusto Melo preferiu concluir o acordo com a Brax só após a virada do ano, por isso algumas pendências, como a de Matías Rojas, não puderam ser sanadas naquele momento.

Pouco tempo depois, Augusto anunciou o acordo com a empresa com o aditivo de R$ 6,6 milhões por temporada. Além disso, o atual presidente ainda poderia contar com o adiantamento dos valores das vendas de Moscardo, Murillo e Felipe Augusto, que somados chegam a cerca de R$ 180 milhões.

"Não há nenhuma novidade no balanço, e sim a tentativa de criar uma narrativa para desviar o foco dos problemas que temos visto (...) Ao mesmo tempo, o clube investiu mais de R$ 130 milhões em aquisições de jogadores para montar a equipe da atual temporada", apontou Duílio.

"Provisionamos esses R$ 100 milhões mesmo enfrentando críticas da diretoria eleita. Hoje, estamos vendo o uniforme de jogo com quatro espaços livres, permutas de camisa de treino, placa e camarote sendo feitas por valores inconcebíveis no mercado, sem anúncio e sem qualquer rebatida por parte do clube quando sai na imprensa, e um contrato de patrocínio máster que comprometeu R$ 70 milhões com pagamentos de multas de rescisão e de comissões", finalizou.

Em março deste ano, o Corinthians conseguiu quitar todas as pendências de salários e direitos de imagem com o atual elenco graças ao adiantamento do valor da venda de Moscardo.

O clube, agora, precisa resolver como fará para acabar com as dívidas que ainda estão em aberto com os atletas que já deixaram o time.

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