Após a derrota para o Argentino Juniors, pela Copa Sul-Americana, os muros do Parque São Jorge amanheceram pichados.
Revoltados com mais uma temporada que caminha para ser tenebrosa, os torcedores do Corinthians escreveram que o clube tem "um time de milhões" para um "futebol de centavos".
Não dá para tirar a razão do torcedor.
O Corinthians tem resultados nos últimos anos que não correspondem ao que o clube gastou.
Segundo estudo da consultoria Convocados, em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield, o clube teve em 2022, o último ano com dados disponíveis, um custo total de R$ 525 milhões, só atrás de Palmeiras (R$ 549 milhões) e Flamengo (R$ 742 milhões).
O Corinthians fica bem na frente do quarto colocado, o São Paulo, que teve um custo total de R$ 414 milhões em 2022.
Em salários, o clube também fica só atrás dos multicampeões Flamengo e Palmeiras.
Segundo a Convocados, o Corinthians gastou com salários, em todas suas áreas, R$ 24,3 milhões a cada mês.
O Flamengo teve despesas de R$ 36,5 milhões mensalmente com salários. O Palmeiras, R$ 31,6 milhões.
Clubes com sucesso nos últimos anos gastam muito menos com salários que o Corinthians: o Fluminense tinha folha mensal de R$ 16,1 milhões em 2022 e o Athletico-PR só R$ 13 milhões.
A situação de 2023 não deve ser muito diferente, já que o time de Parque São Jorge fez altos investimento para disputar a Libertadores. E nada mudou na nova gestão, que também foi forte ao mercado.
Dinheiro para contratações também não faltou.
A partir do meio de 2019, quando começou o jejum de títulos corintiano, o clube, segundo dados do Transfermarkt, especializado na área, foi o quinto clube do Brasil que mais gastou em contratações, só atrás de Flamengo, Palmeiras, Red Bull e Atlético-MG.
O Corinthians gastou 51,75 milhões de euros em contratações nos últimos cinco anos, ou mais de R$ 280 milhões.
Só a administração de Augusto Melo investiu 23,6 milhão de euros (cerca de R$ 130 milhões) para montar o time que vai muito mal em 2024.