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Por que Rayssa Leal, estrela do Brasil no Pan, ficará sozinha na Vila dos atletas

Rayssa Leal durante pré-olímpico de skate na Suíça Getty Images

Depois de "debutar" com sucesso nas Olimpíadas de Tóquio, o skate estreou nos Jogos Pan-Americanos nesta edição de Santiago, no Chile. A modalidade street foi disputada neste sábado (21) e já contou com medalhas para o Brasil.

E no feminino, o ouro ficou com Rayssa Leal. Depois de encantar o público no Japão há dois anos, a campeã entregou muita emoção e manobras na Explanada de Deportes Urbanos, pista construída na capital chilena exclusivamente para a modalidade. A prata, por sua vez, ficou com Pâmela Rosa, que garantiu dobradinha para o Brasil.

E a "Fadinha" possui uma particularidade fora das pistas: aos 15 anos, ela está desacompanhada na Vila Pan-Americana, algo que nem mesmo em Tóquio aconteceu.

Nas Olimpíadas do Japão, Rayssa conseguiu uma credencial especial para a mãe acompanhá-la na Vila Olímpica e também nos locais da competição. Inclusive, Lilian, mãe da skatista, pôde dividir o quarto com a filha, em uma exceção aberta pelo Comitê Organizador local apenas para atletas menores de 14 anos.

Em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Rayssa solicitou o mesmo benefício para a organização dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, mas teve o pedido negado pela Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA).

Isso significa que Lilian, que está na capital do Chile para acompanhar a filha, não vai poder entrar na Vila Pan-Americana, restrita para os atletas. A staff de Rayssa explicou o pedido e disse que a ODEPA não justificou a negativa.

"Considerando que a Rayssa é menor de idade, foi pedido, por meio da CBSK e do COB para a produtora do Pan (ODEPA), a credencial que daria o direito da mãe dela estar com ela 24 horas, ou seja, ela poderia dormir na Vila com a Rayssa e poderia acompanhar os treinos. Recebemos a informação que essa credencial foi negada, infelizmente. A mãe da Rayssa está em Santiago, mas com acesso restrito às atividades da filha", informou o staff da skatista.

A reportagem tentou contato com a ODEPA para explicar a decisão, mas não teve retorno até a publicação dessa matéria.

Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no Brasil, "considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade". Ou seja, Rayssa se enquadra na categoria, mas terá que passar os dias de disputa no Chile desacompanhada.

Como foi a dobradinha brasileira no skate street

Na final feminina do skate street, Rayssa não deu chances para as suas adversárias e sobrou, terminando com uma nota final de 236,98, composta pela sua melhor volta e as duas melhores manobras executadas.

Já Pâmela, terminou com nota final de 211,34 e também mandou muito bem. O bronze, por sua vez, ficou com a norte-americana Paige Heyn, que ficou com nota 176,35.