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Símbolo do ápice da pressão no Flamengo, Sr. Waldemar revela conselho que daria a Tite no clube: 'Não pode abrir mão disso'

Waldemar Lemos é o grande símbolo da ápice da pressão no Flamengo.

Em 2003, durante seu anúncio como novo técnico rubro-negro, ele foi "vítima" daquela que é, talvez, a mais folclórica, maluca e surrealista apresentação de um treinador na história do futebol brasileiro, com os torcedores disparando xingamentos no centro de treinamento e exigindo a demissão do comandante - que não havia sequer dado um treino ao elenco.

Os bastidores dessa história foram relembrados no documentário "Por que Waldemar?", produção original da ESPN que estará disponível ao fã de esporte a partir deste sábado (14), em três capítulos, com exibição pela ESPN no Star+.

Na última quarta-feira (11), Waldemar Lemos esteve em São Paulo, onde acompanhou a pré-estreia da produção direto da sede da Walt Disney no Brasil. Em entrevista à reportagem, ele falou sobre a chegada de Tite ao Flamengo e comparou com a situação que enfrentou há exatos 20 anos.

De acordo com o ex-comandante flamenguista, Tite é "muito mais experiente" do que ele era quando assumiu a equipe da Gávea em 2003, em meio a uma campanha calamitosa no Brasileirão daquele ano, acompanhada de uma severa crise financeira e de meses de salários atrasados.

Lemos também salientou que a primeira missão do novo técnico rubro-negro será "levantar a autoestima" do elenco, depois de um ano recheado de fracassos e vices nas disputas de títulos.

"O Tite é muito mais experiente do que eu (era quando assumi o Flamengo), né? Muito mais. Comparando eu da época e ele hoje, e a vida dele completamente diferente do que era a minha vida", citou Waldemar, que era preparador físico do irmão Oswaldo de Oliveira antes de assumir como técnico do Flamengo.

"O Tite tem uma coisa muito positiva com ele, vou te contar: em uma das minhas vindas a São Paulo para jogar com o Náutico, eu assistia a muitas missas do padre Marcelo (Rossi) e queria ir lá no Santuário dele. Encontrei o Tite lá e o padre Marcelo mandou recado a ele. O Tite tinha acabado de entrar na seleção (brasileira), e eu me lembro que o padre Marcelo falou: 'Tite, não esqueça da autoestima da rapaziada'", revelou.

"O Tite trabalha isso muito bem. Eu acho que a autoestima do Flamengo está muito baixa, como era na minha época. A autoestima dos jogadores, dos profissionais de uma maneira geral, estava muito, muito, muito baixa. E o Tite sabe muito bem o que fazer para reverter isso", explicou.

Questionado sobre qual seria seu conselho ao ex-comandante da seleção brasileira ao assumir o gigante carioca, Waldemar foi claro: que não mude sua maneira de tratar os atletas.

"Meu conselho é que ele se mantenha nessa linha de levantar a autoestima da rapaziada. Tem que reunir a todos, porque a gente sabe que hoje em dia o futebol é muito mais vaidoso do que antes", citou.

"Não que não fosse assim antes... Naquela época, as pessoas estavam muito por baixo, pois tinham que lidar com muitos salários atrasados. Os jogadores não queriam jogar. Hoje, é mais questão de levantar a turma, mesmo. Meu conselho seria que ele não abrisse mão disso", acrescentou.

Por fim, Lemos espera que nomes como Tite e Fernando Diniz ajudem a recuperar o prestígio dos treinadores brasileiros.

"Acho que ele [Tite] vai se dar bem (no Flamengo), torço muito por ele, como por qualquer treinador brasileiro. Torço muito pelo Fernando Diniz, que é um amigo, apesar de nunca mais ter tido muito contato", observou.

"Tomara que ele dê certo, e os treinadores brasileiros se impulsionem aí novamente, inclusive pro mercado de fora. Acho que mais uma oportunidade para o Tite dar uma força para os treinadores brasileiros. E acho que vai acontecer, vai dar tudo certo para ele, se Deus quiser", finalizou.

Onde assistir ao documentário "Por que Waldemar?"

Produção original da ESPN, o documentário "Por que Waldemar?" estará disponível pela ESPN no Star+ a partir deste sábado (14)